sábado, 14 de maio de 2011

An Dragon's Tale Ato 4_ Brave Heart

Enquanto ainda subiam a escada, Blaze pensava o que poderia estar lhes esperando lá em cima. Poderia ter um exército samurai pronto pra atacá-los, um grupo de ninjas retalhadores, ou até mesmo um Ryuu, os lendários dragões orientais.
Imagina o seu susto quando ele viu uma mão amigável pronta para ajuda-lo a subir do último degrau. Ele aceitou e subiu. O dono da mão tinha um sorriso tranquilo e sossegado debaixo de seu kimono branco.
”Legal.” Pensou Blaze ”Mais um maníaco oriental...”
Imagine a expressão do mesmo quando viu que estava no centro de uma vila, cheia de pessoas com o mesmo feitio de roupa, as casas com telhados arqueados para dentro, placas com kanjis, entre outros detalhes típicos da cultura oriental.
Era manhã, dava para se ver o sol brilhar pouco acima do horizonte. Devia fazer pouco tempo que amanheceu.
Blaze olhou para o lado e notou que estava em um terreno plano e redondo. O topo da montanha.
O morador que ajudou Blaze a se levantar disse a ele:
-Vocês devem ir ver o Okashira. Ele está lá. – E apontou para o fim da rua.-
Havia um templo no fim da mesma. Enfeitado com lanternas pendendo nas laterais, pergaminhos abertos colados em algumas paredes, e o telhado arqueado tinha uma cor que lembrava o vermelho.
Os dois rumaram para lá. Enquanto seguiam, riam dos olhares curiosos dos moradores, que se amontoavam para ver os visitantes. Uma jovem civil se aproximou deles com um cesto de flores e entregou uma flor rosa para cada um, e voltou envergonhada para a multidão. Blaze e Samantha se olharam e riram. Um menino se aproximou também e deu uma maçã para Samantha. Ela sorriu e agradeceu.
Sem mais situações dignas de nota, os dois chegaram ao templo.
Ao entrarem, uma voz desacostumada com nossa linguagem, vinda lá de dentro, disse á eles:

-Tirem os sapatos agora.-
Blaze, por um segundo, pensara que a fosse seu amigo na próxima sala, aconselhando-lhes. Mas não, a voz parecia mais velha, de alguém com idade já avançada.
Os dois obedeceram. Havia pantufas ali de diferentes tamanhos. Eles botaram e entraram na próxima sala.
Havia um homem com trajes de sábio, com mais ou menos 60 anos ali, olhando para o outro lado, lendo um pergaminho colado na parede. Ele era pequeno, andava encurvado, com cabelos prateados como a lua apenas nas laterais da cabeça, demonstrando uma calvície já avantajada.
-A que devo esta visita tão cedo?- disse ele, sem nem tirar os olhos do pedaço de papel.
Blaze se abaixou, um cumprimento comum para aquele povo. Samantha seguiu o movimento do pai logo após.
O sábio líder finalmente se virou, e cumprimentou do mesmo modo os dois. Tinha um sorriso simpático. Seu rosto era abatido pelo sol, e tinha uma longa barba crescendo nos cantos dos lábios, formando um estranho bigode. Ele olhou-os e insistiu com a pergunta:
-E então?-
Neste momento, uma jovem entra na sala por uma porta lateral, mas, assim que vê os dois, volta a sair. Ela tinha um pequeno corte no rosto...
O sábio ainda esperava a resposta. Blaze começou a contar:
-A gente tava passando por aqui. Pensamos em parar para descansar no bosque aos pés da montanha. Mas... Um amigo nosso foi raptado noite passada por um ninja. Acho que foi um de seus homens...-
-IMPOSSÍVEL!- O senhor alterou o tom de voz- VOCÊ ESTÁ DIZENDO QUE EU TRAMEI ALGO CONTRA VOCÊS? NÓS SEQUER TEMOS NINJAS NO NOSSO CLÂ! NOSSO CLÂ VALORIZA O COMBATE DIRETO! POR QUÊ NÓS TERÍAMOS NINJAS AQUI?-
-Senhor- Disse Blaze, tentando se desculpar- Se não foi ninguém daqui... Pode ter sido algum assaltante...-
-Talvez.- disse o ancião, já mais calmo - Fale com Yamakishiro. Ele estava de guarda no bosque noite passada.-
-Onde eu posso encontra-lo?-
-Ele está de ronda no bosque ainda. O turno dele acaba a noite. Aproveite a vila enquanto isto. Parece que o meu povo gostou de vocês.-
O sorriso gentil do sábio voltou ao seu rosto.
Samantha deu um olhar enjoado para o lado e disse:
-É... Eles quase nos devoraram com os olhos...-
-Não considere estranho- respondeu o velho líder - Não estamos acostumados com visitas aqui. Mas não se preocupe, fora olhares curiosos, eles não farão nada. Nós honramos a hospitalidade.-
Blaze e Samantha se abaixaram novamente para se despedirem (com resposta do velho ancião) e saíram pelo mesmo lugar que entraram.
Horas depois a multidão já havia se acostumado com os visitantes [LONGAS horas depois, na verdade] e voltara para seus afazeres. Os dois estavam sentados num banco na praça. Samantha estava acabando de comer sua maçã enquanto Blaze estava distraído olhando para aquela flor rosada em sua mão, quando a mesma moça que estava no templo se aproxima dos dois. Ela se abaixa no momento em que Blaze finalmente nota que ela está ali, mas não recebe resposta.
Ela se senta do lado dele e diz:
-Quero agradecê-los por não terem dito que era eu ao meu pai.
Como vocês viram, não temos ninjas por aqui. Apenas samurais; muito menos ninjas mulheres. Nosso trabalho será sempre doméstico, nunca em combate e outros trabalhos. Mas... Por que não contou a verdade? Por que não disse que o ninja era aquela garota que você tinha confrontado à pouco?
- Isso não é problema meu. Isto é algo que você tem que resolver, não eu. Eu só quero o que é meu.
Ela bota a mão no pescoço e tira os dois medalhões. Num deles havia um cristal com a imagem de um rosto velho, tendo apenas as mãos segurando um relógio do tamanho de sua cabeça dentro da pedra. No outro, uma pequena bola de fogo com rosto levemente visível nela.
Ela entregou os dois á ele. Ele pegou, botou um no bolso e o outro no pescoço, e perguntou:
-E o meu amigo? Pra onde tu levou ele?
-Eu apenas o deixei desacordado. Não tenho força suficiente para carregar um homem. Não fui eu. Eu levei só a carroça e os medalhões.
Ela se levanta, faz um sinal de despedida e parte. Blaze praticamente ignorou o sinal dela.
O sol começava a cair e Blaze disse para Samantha:
-Vamos voltar ao velho. Talvez este tal “guardinha” saiba onde o Hayato esteja.
-Nesta sala- disse o ancião quando os dois chegaram lá- Tem uma escada. Vocês vão encontra-lo no fim dela.
Os dois entraram na porta e havia uma escada que descia diagonalmente para baixo.
Ao fim, uma sala redonda, fechada, muito parecida com a sala onde eles enfrentaram a ninja e estava a carroça, com exceção de ter alguns pilares com tochas segurando o teto, e estar sem carroça, vazia.
Ou quase. No outro lado da sala havia um trono com um homem de cabelos vermelhos, uma barba curta que fazia a volta ao redor da boca e olhos puxados, armadura de batalha oriental e um kimono por baixo.
- O velho me disse- Começou dizendo o samurai -que vocês estavam me procurando.-
-Tu sabe- respondeu Blaze- onde está um jovem com barba rasa e cabelos até o pescoço?-
-Hm... - O samurai fez um sorriso sarcástico- Seria... Este?-
Ele apontou para um dos cantos. Lá estava o amigo, preso por correntes em uma cela.
Samantha ameaçou um passo, mas Blaze a impediu. Notou que o samurai ameaçara desembainhar sua katana.
Blaze disse á sua filha, sem tirar os olhos do samurai:
-Você já sabe o quê fazer.
Desta vez, Blaze estava desarmado e sem nada para poder improvisar por perto. O samurai pegou impulso do trono e partiu pra cima. Tudo o que Blaze podia fazer era se esquivar. Mas não adiantou muito: O corte acertou em cheio seu braço esquerdo. Não o suficiente para decepá-lo, mas o bastante para inutilizá-lo.
Blaze gritou de dor enquanto seu braço sangrava. A dor era maior do que podia suportar. Ele caiu no chão, e o samurai riu.
Mais um corte, e Blaze agonizando. Desta vez perto do estômago. Não havia como ele vencer. O fim era eminente, o herói não tinha mais esperanças.
O sangue jorrava como água. Blaze não estava desmaiado ainda por sorte, mas sua “sorte” já estava acabando. O samurai levantava sua katana acima da cabeça de Blaze, preparando-se para uma estocada certeira quando...
- “Você vai roubar a minha pose, Blaze? EU sou o herói daqui!” -
Hayato entra no meio do ataque, protegendo o amigo com uma de suas cimitarras, enquanto a outra ameaçou um ataque.
O samurai deu um pulo pra trás antes do ataque inimigo.
Hayato olhou de relance para Samantha, ali perto.
-“Menininha, faça seu trabalho.”-
Samantha começou a curar os ferimentos de seu pai do modo que podia. A batalha tinha virado de lado.
====================MINUTOS ATRÁS...===================
Enquanto Blaze lutava e distraía o poderoso samurai, Samantha correu na direção da cela, e notou que Hayato estava encarcerado com suas duas cimitarras do seu lado! Usou-as
para soltar o oriental (que, na verdade, não estava preso por correntes, mas sim por amarras de cordas) da prisão.
Nisso, Blaze já estava perdendo a luta.
================VOLTANDO AO COMBATE...================
- Como você escapou?- Perguntou o samurai.
-“Um verdadeiro herói nunca deixaria seu escudeiro morrer diante dele.”- recebeu como resposta.
O samurai encostou a mão na lâmina de sua katana e, murmurando alguma coisa, a lâmina começou a queimar. Fogo nascia dela como se a espada fosse papel, mas a mesma não derretia...
-Ótimo... -diz Blaze, enquanto ainda estava se recuperando- O maldito é... Piromaníaco...-
O samurai riu. Hayato ainda estava assustado. As chamas quase o acertaram no primeiro ataque. O segundo passou longe. Hayato aproveitou para acertar com o cabo da cimitarra nas costas do samurai. O samurai caiu e as chamas de sua katana apagaram.
O samurai ameaçou se levantar, quando viu que sua katana (que havia caído de sua mão) havia sido chutada para longe. Blaze estava de pé, diante do samurai.
-Acabou. Você perdeu.-
O samurai se ajoelha diante de Blaze.
-Mate-me!
-Não. A gente precisa de você.-
Nisto, Blaze sente algo lhe atingindo o pescoço. Alguém o fez desmaiar, com sucesso.

Blaze se acorda em uma sala com uma única janela de onde pode se ver crianças brincando na rua. O dia está claro, o sol entrando pela mesma. Uma única porta paira à sua frente abre lateralmente, feita com algo que parece papel é a única saída. "Voltamos para a vila”, pensa Blaze.
Seus ferimentos estavam curados, e tudo o que ele queria naquele momento era escapar daquele antro de psicopatas.
Ao que tudo indicava, estava no templo.
Ao abrir a porta, nota, agachados diante de uma pequena mesa, Hayato, Samantha, Kiyo Ran( a ninja),o velho Syao Kyu...
...e o samurai. Yamakishiro.
Blaze entrou com desconfiança sala adentro, olhando fixamente para o samurai. Parecia que estavam ali como prisioneiros. Olhou para o velho sábio, enquanto pensava “Ótimo. MAIS UM MANÍACO ORIENTAL...” ,mas, assim que olhou para Samantha, se acalmou. A expressão da menina era serena, tranquila, sossegada. Hayato também.
O velho convidou-o a se sentar e Blaze, apesar de uma pequena relutância, aceitou.
O ancião abriu um sorriso enorme e disse:
-Perfeito. Vocês passaram no teste.-
-Como é que é? Era tudo um teste?-Blaze deixa escapar seus pensamentos. -Desde quando?-
-Desde que vocês estavam no bosque.-
Neste momento, Blaze começa a cerrar os punhos com força. Hayato vê a frustração do amigo e, com um leve encostar de sua mão no ombro dele, faz ele se acalmar, enquanto que, com um leve sinal de cabeça, alerta-o para que não faça nada.
O velho continua:
-Desde que vocês chegaram aqui eu estou testando vocês. Hayato veio aqui á noite e me contou tudo. Eu não acreditei muito nele, por isso ele propôs este desafio. O ”sequestro” de Tokuzaki colaborou para descobrir suas habilidades de rastreio, combate e inteligência. O segredo de minha filha mostrou que você tem caráter, responsabilidade e benevolência. As muitas demonstrações de ajuda que, não apenas você, sua filha também, demonstraram sua lealdade, honestidade, honra e humildade.
VOCÊ, meu jovem, é um ser iluminado. Por isso escolha, dentre todos os homens de minha vila, um único. Escolha sabiamente. Este guerreiro irá segui-lo até o dia de suas mortes!-
Blaze se espantou. O velho estava falando sério! Blaze pensou por alguns segundos e fez sua escolha:
-Você. –Disse, olhando para o samurai- Te ajudei. Agora ME ajude.-
O samurai abaixou a cabeça, consentindo.
-Agora... Qual seu nome mesmo?
-Yamakishiro Toeda.
-Certo... Bem, “YAMA”, vamos?
Em meia hora, os quatro já seguiam estrada, rumo á vila de Linna, a próxima parada.

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