domingo, 24 de julho de 2011

An Dragon's Tale Ato 11_ Yellow

Era tardezinha, preparando pra anoitecer, e eles estavam diante de uma enorme mansão. De uma madeira negra, mas brilhante. Parecia toda construída em ébano, mas sem marcas de madeira.
Era bela, apesar de ter um tom obscuro, macabro. Mas mesmo assim bela.
Acima do portão um símbolo que se assemelhava á um "A", com formato que lembrava dois relâmpagos se dividindo, dizia que eles chegaram ao lugar certo...
Blaze, maravilhado [e com um pouco de medo também], arriscou alguns passos pra dentro. Passou por um curto caminho que levaria à porta de entrada do enorme covil do lorde, onde um dia já ostentou um belo jardim, hoje em ruínas. Ervas daninhas sufocavam as plantas belas que tentavam inutilmente nascer. Trepadeiras cresciam pelas paredes dos muros, mas nunca tocavao material negra que forma a casa em seu interior. Há algumas plantas selvagens e perigosas nascendo no meio do jardim nu. Entre elas algo que se assemelha á uma planta carnívora degustando um rato.
Samantha ficou do lado de fora, com Hayato cuidando da moça, para evitar os perigos internos do local. Yama fora logo atrás de Blaze, que se esforçava para não se sentir intimidado pela "beleza exótica" daquele macabro lar.
Na porta de entrada, a cabeça de uma gárgula cuja boca pendia um aro usado para bater à porta. Blaze bateu, sendo tranquilizado pelo amigo ao seu lado. Agradecera agora por ter aceito o acordo com o velho Syao Kyu e consequentemente ter Yama ali com ele.
A porta se abriu para dentro.
-Entreeem...- dizia a pesada voz que vinha lá de dentro.
Blaze sabia que com certeza aquilo seria uma armadilha ou coisa do tipo, mas iria arriscar. Lembrou-se vagamente de sua época de aventuras ao lado dos Dragões, e não como o pai preocupado com a filha. Sabia que ela estava bem e poderia se preocupar com outras coisas agora.
Fez um curto sinal para Yama com a cabeça (e Yama respondeu) e os dois entraram.
Ao contrário do que eles imaginavam, o interior não era escuro. Apesar das janelas bem fechadas, esferas do tamanho de bolas de cristal onde circulava correntes elétricas em locais estratégicos da casa concebiam iluminação normal ao local.
A sala era levemente bagunçado, alguns quadros tortos, jarros de flores sêcas em cima de corroídos criados-mudo.
Um espelho do tamanho de uma pessoa, sujo de pó, podia ser visto em uma das paredes. A parede mesmo já fôra pintada com uma cor clara. Já fôra, pois estava toda descascada.
Havia uma escada logo à frente, o que fez Blaze imaginar a casa como sendo uma versão desleixada do lar dos Holyfields.
Algumas portas em cada lado da sala podiam ser vistas, mas, pelos passos na madeira delicada (que eles não entendiam como não apodrecia junto do resto da casa) denunciava que aquele que eles procuravam estava descendo a escadaria.
Logo, eles viram um homem grande, forte, com o cabelo azul escuro, comprido que chegava á altura do centro das costas, um cavanhaque distinto negro era visto em sua face e uma armadura negra, reluzente (provavelmente ônix) com detalhes em amarelo lembrando faíscas elétricas descendo a escada.
Parecia estar beirando os 35 anos, mas com certeza era mais novo. Óbviamente, Blaze não notou isto.
-Senhor A--
-Senhor não.- Disse a retumbante voz do lorde.- Não sou o mais velho aqui.-
Bem, isto deixava claro que com certeza ele deveria ter uns 25, 26 anos. Blaze tentou de novo.
-N... Noah "Alíce"...?-
-LORD Noah Alice.- (Seu sobrenome era pronunciado como "Élice", e Blaze havia dito "Alice", que é nome feminino.)
-Uhhh.. Lord Noah Alice...-Blaze concordou com o modo dito e o senhor consentiu a continuação com a cabeça. Blaze era irritadiço, isso é verdade, mas depois do fiasco com a Midori ele resolveu tomar mais cuidado com o que diria. - E... eu... nós estamos aqui para ver... o que... atrapalha... seu "alistamento" no castelo.-
O lorde deu uma leve coçada no queixo protegido pelos fios antes de responder.
-Isto.- E apontou para a "organização que estava a mansão. -ISTO é o que me impede. Ganhei esta casa há pouco tempo e sendo um lorde ocupado, não tive tempo para arrumar isto tudo.-
Blaze e Hayato sempre foram péssimos com organização. Yamakishiro achava que aquilo era trabalho para mulheres [lembrem-se de onde ele vem] e Blaze não iria deixar Samantha trabalhar ali. Poderia ser perigoso, especialmente cuidar do jardim.
-Tudo bem. Há outro modo.- Sugeriu o lorde. -Vocês podem pegar uma... encomenda minha com um mercador...-
Logo os dois saíram e explicaram a situação para os outros dois. E era realmente irônico. O mercador estava na feira. AQUELA feira que eles acabaram de sair, corridos. Se corressem, ainda poderiam chegar lá antes de anoitecer.
========MINUTOS DEPOIS...======
-O QUÊ?? VOCÊS AQUI DENOVO?- Disse o velho mercador que tinha expulso-os antes.- EU AXEI QUE EU TINHA SIDO BEM CLARO COM VOCÊS!-
O velho estava armado com uma espada curta. A arma era velha e ele tremia ao segurá-la, mas ameaçava usá-la se fosse necessário.
-"Calma..."- Tentou falar Hayato -"Nós viemos aqui por outro motivo."-
-Ahnrn..- e resmungou alguma coisa [que eu me recuso em comentar o que era] -Se é assim né... Mas... Vocês vão ter que levar alguma coisa de alguma banca!!-
Tudo saiu como o planejado.
Eles se dividiram novamente. Yama e Samantha ficaram pelas bancas, fingindo procurar algo, enquanto Blaze e Hayato, atrás de uma barraca, acharam uma passagem secreta em um muro.
E encontraram o mercado negro.
O local apertado tinha um tom macabro. Tinha uma luz frágil mas dava pra ver o que havia no local. Prateleiras às paredes exibiam coisas bizarras, como olhos de diferentes pupilas em jarros, fetos disformes (que pareciam ser de ogres), escamas de alguma bêsta, caixas de diferentes tamanhos entre outras coisas bizarras. E, ao fim do corredor, fumando um cachimbo, um jovem, ainda adolescente, olhava pra eles. Ele estava sentado sob um tapete, diretamente no chão de areia fina.
-Oooooh! Compradores?- Ele disse.-Meu nome é Aryak! Aryak Sausagge, seu humilde comerciante.-
Era um rapaz até bem animado. Alegre, olhava-os com o seu único olho, já que seu outro exibia uma cicatriz que cruzava da testa até a bochecha, cegando seu olho direito. Assim como Hayato, carregava duas espadas (mas carregava nas costas, enquanto o oriental carregava na cintura) por cima de seu casaco azul que mostrava um enorme "13" entre as armas.
Seu visual era diferente. Ele tinha mullet e piercings na orelha e um dragão oriental formando um S perto do ombro nú (as mangas do casaco eram rasgadas, como o sobretudo de Blaze).
-Bem...A gente veio buscar a encomenda do Lord Alice...-
Ele levantou com um pulo.
-Aaaah sim! Claro! Achei até que aquele "maníaco" nunca iria querer aquilo! Certo, certo.-
E passou por eles com cuidado pra não derrubar nada.
-Aqui.-
Um barril bem lacrado com símbolos estranhos (provavelmente magia) parecia ser o "pedido".
-Velho bêbum...-Resmungou Blaze.
-Vai por mim, tio, se eu pudesse, eu me "esbaldava" desse raro néctar que tem aí em dentro...-
E soltou uma risadinha maliciosa.
-"Ok, vamos levar."-
-Tomem cuidado, é bem frágil...-
-"Tá, tá, tá... Ungh... upa!"- Hayato carregou-o nas costas.
-Agora, o pagamento...-Disse o mercador.
-Aaaah sim, quase que eu esqueço- Disse isso e pegou o dinheiro que Alice havia dado à ele para pagar o débito.-Aqui.-
-Ahahahahahah! Okey, não tem mais graça, cadê o resto?
A expressão dele mudou. Ele estava sério.
-Isso aqui não paga nem o início. 50 peças de prata?
-"Unngh... e quanto... quanto vale esse peso todo?"- Hayato mal se aguentava nas pernas.
-5.000 peças de ouro.- Disse, rindo.
Droga. nem o que Hayato tinha cobria isso.
-Podemos fazer assim: eu esqueço o que vocês me devem e vocês... futuramente... fazem um... trabalho pra mim. Que tal?-
-"Ooooo...ookey."-
-Foi bom fazer negócios com vocês.- E reabriu a passagem secreta pra eles.
Ao ver eles, Hayato e Samantha correram pra ajudar. Yama se ofereceu pra ajudar o amigo a carregar.
O velho, ao reavistar eles, abaixou a cabeça. O barril provava que compraram algo (realmente era verdade) e ele não pudia fazer nada contra, apesar de não ter visto eles comprando-o.
Voltaram para a casa do lorde já era noite, mas foram atendidos.
-Entrem. Cuidado com isso! - Disse a voz de Alice, instantes antes de baterem na porta. Samantha estava novamente lá fora, mas desta vez junto de Yama.
Os dois largaram o barril no centro da sala, com cuidado.
O lorde aproximou-se, tocou pontos específicos do recipiente e ele se abriu. Era mágica.
E dali de dentro saiu algo que iria deixar os dois "mensageiros" arrependidos por um bom tempo.
Dali de dentro se desdobrou-se nua uma garota loira escrava.

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