sábado, 21 de maio de 2011

An Dragon's Tale Ato 5_ Burn it Down

Já fazia 3 horas desde que abandonaram a montanha. O samurai já estava se acostumando com suas novas companhias. Costumava ficar brincando com a Samantha enquanto seguiam viagem. Horas discutia um rumo mais curto com Hayato para a vila de Linna e, consecutivamente, a capital Khelkar. Foi, inclusive, por causa de uma rota sugerida pelo samurai que a viagem foi tão curta; se fosse pelo caminho conhecido pelo dito herói a viagem duraria mais de 5 horas. Yamakishiro não falava muito com Blaze, pois sabia que ele ainda estava muito ressentido com o confronto anterior.
Hora de voltar ao que importa. Já viam o vilarejo mais á frente, mas Yama e Hayato não tiravam o olho de algo maior...
Havia uma torre bem no centro da vila. Ela parecia ter uns 3 andares, mas sua arquitetura enganava muito. Era de cor vermelha como o sangue, com detalhes dourados como o..OURO!
-Isto não estava aqui...
Respondeu Hayato:
-É...
Os quatro olhavam impressionados para a torre enquanto se aproximavam da vila. Uma aldeã se aproximou correndo, e Hayato passou a mão pela sua Marie, enquanto a aldeã entregou uma flor para Samantha.
Enquanto os outros dois olhavam para o guerreiro do deserto e a aldeã partia, ele se explicou aliviado:
-Zumbis. Talvez até demônios.
Zombaram da paranoia do amigo e adentraram na vila. Não se importavam muito com o majestoso edifício, pois - segundo Hayato contou – a capital iria construir alguns postos avançados pelo sul do reino, região onde eles estavam.
Encontraram uma estalagem com taberna, onde podiam descansar e recolher suprimentos, que estavam acabando devido ao fato de ter mais um viajante com eles.
Uma placa ao lado da porta feita em madeira de um modo rústico dizia “Galho Azul” (o nome do estabelecimento) fez Blaze e Hayato tremerem até as bases. Eles conheciam isto desde a época dos Dragoons, mas, meio receados, avançaram.
Ao entrarem, o som de garfadas, mordidas e alguém chamando a garçonete podia ser ouvida. Era um local simples, grosso, pequeno. As garçonetes, normalmente belas e jovens elfas, mostravam decotes de quem um dia já foi bela. Todas humanas. Aliás, todos eram humanos.
O primeiro salão era a taberna, e, pelo que parecia devido a um corredor que passava lateralmente pelo lado do taberneiro, as próximas salas eram os quartos.
Os gulosos aldeões quase devoraram os estrangeiros com os olhos por um instante, par depois retornarem aos seus pratos e copos. Terminada as “apresentações”, o grupo começou a se mover.
Hayato seguiu na frente, em direção ao taberneiro. Ele sempre foi bom com lábia, conversa e pechincha, enquanto os outros se ocuparam de arranjar uma mesa.
O local era pequeno, mas não muito frequentado, dando espaço para algumas solitárias mesas. Eles sentaram em volta de uma delas enquanto esperavam pelo “herói”.
Os aldeões, alguns bem fortes e musculosos, cantavam uma canção estranha, onde dava pra se notar seu estranho refrão:
“Nós estamos todos bêbados,
Bêbados de cair.
E todos que não estiverem bêbados deem o fora daqui.”
Não dava para ouvir a conversa do balcão, pois o barulho dos outros cantando era ensurdecedor. Conseguiam diferenciar uma palavra ou outra, como “comida”, “viagem”, “dormir” e “torre” dava para ouvir do oriental. O gordo careca de aproximadamente 40 anos que dava as caras de taberneiro e estalajadeiro respondeu de modo mais alto, de modo que podia ser ouvido com mais facilidade, mas apenas três palavras chamaram a atenção: “fogo”, “deusa” e “puro”. Hayato disse mais alguma coisa, e o anfitrião virou-se e serviu três canecas de leite de cabra [eca!] e pediu para uma garçonete levar para os três sentados, enquanto servia algo diferente (um forte hidromel, na verdade) para o guerreiro que ali estava.
Ele pegou a caneca e seguiu em direção aos outros, sorrindo.
-“Ele disse para nós conversar com a Deusa deles para que possamos levar alimentos e descansar aqui.”- Disse enquanto se sentava.- “Ela mora na torre.”
-Então...vamo lá.
-“Vocês vão.”
-Como assim?
-“Ela não gosta...de impuros.
Neste momento Yama se assusta.
-Como é que é?- Indagou Blaze.
-“Eu e Yama ficaremos.”
Blaze saiu de lá ás pressas, gritando palavrões que é melhor deixarem ocultos.
-Eu vou ensinar pra essa divindadezinha um pouco de respeito!
Samantha saiu logo atrás. Yama e Hayato ficaram na taberna, para evitarem maiores confusões.
O portão da torre era enorme. Vermelho, com inscrições em dourado, dava o aspecto de que o portão queimava.
Blaze olhou para um dos cantos e pegou um bastão dentre alguns que estavam ali encostados. Bo.
Entraram.
Lá dentro tinha um enorme salão com alguns móveis luxuosos e uma cama, bem ao outro lado da sala. Na cama estava uma moça ruiva, deitada de forma bagunçada na cama, por entre almofadas e travesseiros. Ela estava deitada de barriga pra cima, com a cabeça caindo da cama, aos pés da mesma. Olhava para o portão, e viu os dois chegando.
-Quem são vocês?-Disse ela. Mal mexia a boca para falar. - Por que me perturbam?
Sua voz era exigente e arrogante. Seus cabelos não eram exatamente ruivos, eram simplesmente VERMELHOS.
Eles entravam enquanto ela esperava resposta.
-EU SOU BLAZE SOULBURN!- Quase gritou Blaze, apontando para si mesmo, de modo imperativo, para não se intimidar. – ESTA É MINHA FILHA, E VIEMOS AQUI PARA COBRAR OS DIREITOS DE NOSSOS AMIGOS!
A moça olhava espantada, mas logo após estava rindo. Sua risada mudou para uma forte e debochada gargalhada.
-É... É isso mesmo, seu “projetinho de deusa”!- Disse Blaze, tentando manter a seriedade diante do deboche da moça.
Ao ouvir a “delicadeza” pela qual foi chamada, a garota se irritou. Ela levantou da cama (levantar não é bem a palavra certa, ela pulou da cama) e simplesmente INFLAMOU! As chamas iluminavam a sala e faziam cinzas no tapete, indicando que eram verdadeiras. Via-se, no lugar da garota, uma figura humanoide feita de chamas que dançavam pelo corpo todo dela. A única parte facilmente visível eram seus olhos, agora com formatos arredondados e brilhantes, que exaltavam a ira da ruiva.
Samantha, que estava logo atrás de seu pai, correu até ele, como um método [que eu sempre achei ineficaz e idiota >.<] de se proteger da enfurecida donzela, abrigando-se nas costas dele. Blaze permanecia parado, quase imóvel. Olhava com atenção para ela, mas logo deu um leve sorriso e disse:
-Ótimo... A maldita é piromaníaca...
Alguns instantes se passavam enquanto a cena ocorria, e logo a garota começou a se acalmar, e as chamas diminuíram. Ela voltava a ser a jovem ruiva. Agora dava para se ver melhor a mesma. Ela era jovem, com seus 20 anos e cabelos ruivos espetados, o que dava uma beleza rara para alguém tão esquentada e ameaçadora. Seu vestido curto, assim como seus cabelos, era de um vermelho que lembrava o fogo. As mangas eram longas, com desenhos de chamas douradas. Eram trajes finos e caros, que davam a ela um ar sábio e poderoso, indigno daqueles que são ignorantes incultos
[como o nosso amado personagem principal]. Tudo isso fazia dela uma moça bela, não, não apenas bela, mas algo mais. Algo poderosamente assustador, sem descrição, mas mesmo assim belo.
Blaze, não posso negar, acabou ficando alguns segundos [na verdade, MUITOS segundos xP] admirando aquela beleza única.
A moça, ao notar o fascínio do rapaz, lançou um leve sorriso malicioso.
-Gostei de você.- Ela disse –Admiro seu jeito honesto e corajoso. Fique aqui e esqueça seus amigos. Aliás, esqueça inclusive esta... Criança. Decline e você sequer irá sair desta sala!
Blaze de início achava que ela estava brincando. Queria que estivesse, mas pelo olhar sério e ameaçador dela, ela falava a verdade.
[Eu poderia dizer que ele recusou. Poderia mesmo. Mas prometi, assim que comecei a escrever isso, que não iria faltar com a verdade.]
Ele passou algum tempo parado, pensando nas opções. A ruiva olhava para ele, com um sorriso agora carente [se é que existe sorriso carente]
Enquanto ele pensava, Samantha puxou a manga do sobre-tudo. Blaze, meio atrapalhado, respondeu á moça:
-N-não... Desculpa, mas tenho que recusar...
A ruiva novamente se irritava. Samantha agora deu alguns passos para trás, com medo, afastando-se do seu pai, inadvertidamente.
A inflamada jovem parecia rir, e lançou uma faísca na direção de Blaze. Blaze, como um ato reflexo, protegeu-se com os braços. Inútil, pois o fogo lançado não o queria. Passou reto por ele e...
Formou-se uma prisão de fogo na volta da menina. Era como se Samantha estivesse em um enorme casulo flamejante.
-Agora podemos conversar melhor.
Blaze se infureceu. Tudo bem ter algum preconceito com outras raças, se encantar por ele, que é algo comum [assim ele pensava...doce ilusão.... u.u'], mas aprisionar sua filha já é demais!
Nosso protagonista disparou na direção da moça. A moça ria, mas havia algo de diferente em Blaze. Seus braços estavam pegando fogo. Sim, ele é um "maldito piromaníaco".
A ruiva continuava rindo e,com um estalar de dedos, Blaze foi ao chão. Caiu de um modo grotesco, pois simplesmente caiu. Como se tivesse desmaiado, debilitado. Como se tivesse sem energia.
- C-como?-disse Blaze,cansado.
-Meus poderes não são apenas de criar chamas,mas também de apagá-las.- Disse ela,calmamente.-Eu simplesmente apaguei a chama de sua coragem,de sua vontade de lutar. Agora você não poderá levantar um dedo contra mim. Mas eu cansei de você. Vou brincar de outra coisa!
E preparava para lançar uma magia poderosa contra ele.
Mas é interrompida por um bárbaro musculoso, que atravessa a sala, jogado por alguém que está no portão.
Hayato e, logo atrás, Yama.
-P-por quê demoraram?-Perguntou Blaze, enquanto se levantava,mas ainda fraco.
-"O herói sempre aparece no último segundo!"- Disse Hayato, com seu sotaque batido.
-Estávamos ocupados-Disse Yama,que segurava um dos bêbados pelas costas,que estava nocauteado.
A moça começou a se irritar e, consecutivamente, a queimar. Tinha esquecido dos dois, apenas estava focada nos dois invasores estrangeiros.
A prisão flamejante de Samantha estava apagada,e ela foi em direção aos dois, onde já estava Blaze.
-POR QUÊ? POR QUÊ NÃO DESISTEM?POR QUÊ NÃO DEIXAM OS OUTROS?
Blaze tomou a frente para responder.
-Porque somos uma família.
Viera á mente da deusa a imagem de uma mulher, desconhecida aos demais presentes(inclusive aos dois bêbados desacordados), mas muito familiar á moça.
-Queime!Queime!Queime! QUEEEEEEIME!!!!!
As palavras ecoaram pela mente deles. Chamas para todos os lados. INCLUSIVE QUEIMANDO ELES.
A morte era tudo o que restava. Em poucos segundos,apenas cinzas.

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